Experiência sobre Intercongregacionalidade - Hait

Partindo do pressuposto de que a essência da Igreja é a missão, a VRC busca corresponder a este apelo tendo como centro a pessoa e a missão de Jesus Cristo. Através dos carismas e espiritualidades, cada Instituto busca ser um símbolo luminoso do Reino de Deus, principalmente lá onde a vida é mais ameaçada. Por isso a missão da VRC é ser sinal de esperança e testemunho da presença do Cristo Ressuscitado no meio do povo.

Os desafios são grandes por isso, na tentativa de corresponder aos apelos missionários da Igreja, sobretudo de se fazer presente no meio dos mais pobres, a VRC utiliza- se das mais variadas criatividades para manter viva a chama do carisma e da missão, principalmente por que o atual cenário da VRC é assustador.

Com a diminuição das vocações e o envelhecimento das Irmãs, são notórios alguns desafios, principalmente a dificuldade de Irmãs para assumirem os próprios trabalhos dos seus Institutos. Alguns passos já começaram a ser dados para não deixar morrer a brasa que ainda fumega. Dentre estas tentativas, nasce as experiências das comunidades Inter congregacionais. Este novo rosto criativo da vida religiosa reacende o dinamismo e o ardor apostólico, onde a diversidade dos carismas se multiplica e ganham força em vista de um bem maior, que é o seguimento à Jesus Cristo e ao seu projeto “eu vim para que todos tenha vida e a tenham em abundancia” ( Jo 10,10)

Sou grata a Deus de participar desta experiência da comunidade Intercongregacional aqui no Haiti, coordenada pela CRB (Conferencia dos Religiosos do Brasil e CNBB – Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil). Através desta experiência Deus tem realizado maravilhas em minha vida.  No principio a insegurança e a incerteza me impedia de dar passos, pois, sempre me vinha o medo de me perder em meio aos outros  carismas, assim como o  desafio de  conviver  com o diferente. Tudo parecia desestabilizar-me, porém, percebi que o meu ideal conjugava aos demais desejos das outras Irmãs: a Paixão por Jesus Cristo e a paixão também pelos pobres tão sofridos do Haiti. Pode-se dizer que esta é a âncora que sempre nos sustenta e nos ajuda à superar muitas dificuldades e desafios que surgem no decorrer da nossa caminhada. Com o olhar fixo em Jesus, centrando nossa missão ao seu Projeto de vida, foi possível não nos perdemos no entrelaçar da caminhada.

 Escolhemos como símbolo para a nossa comunidade Intercongregacional  a mandala, pois ela expressa a integração e harmonia e a sua vivacidade está nas riquezas das combinações e sintonia das cores, onde cada uma, na sua originalidade, forma um conjunto de cores. Assim também, deve ser a comunidade Intercongregacional onde os carismas não funcionam isoladamente; pelo contrário, a união e a soma dos mesmos fortalecem a comunidade e a torna testemunha mais autentica  do Reino de Deus.  Outra característica da mandala é que ela geralmente é circular e tem um centro que é o ponto de partida. Assim também é nossa Comunidade Intercongregacional:  Nosso ponto de partida é Jesus Cristo  e sua opção preferencial pelos pobres. Sem este referencial a Comunidade se torna vazia e pode se transformar numa possível torre de babel, onde os carismas e anseios se perdem e as palavras se tornam vazias.

Mas é importante também lembrar que, o que sustenta uma comunidade Intercongregacional é a oração pessoal e comunitária, a vida fraterna, a ajuda e o respeito mútuo, a capacidade de acolher o diferente e principalmente a integração interior, onde sou capaz de reconhecer os valores e princípios que cada uma traz e saber somar também as riquezas de cada Instituto e unificar no bem maior, que é a promoção da vida. Só assim é possível viver um novo céu e uma nova terra.

 

Irmã Ideneide do Rego  – Carmelita da Divina Providência



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