No Dia Mundial dos Pobres, instituído pelo nosso saudoso Papa Francisco, realizamos aqui em Saquarema, Rio de Janeiro, uma missão com a juventude, motivados pelo tema do Mês Missionário e em sintonia com o Ano Jubilar: “Missionários da esperança entre os povos”. Além dos jovens, participaram também algumas crianças do IAM (Infância e Adolescência Missionária).

Na primeira parte do encontro, pela manhã, foi proporcionado um momento de descontração com esporte no campinho e com danças de animação, favorecendo o entrosamento do grupo. Após a acolhida, tivemos um momento de formação sobre o que é missão e a importância de vivenciarmos essa dimensão em nossas vidas, pois ela é a essência da Igreja. Para melhor aprofundamento, dividimo-nos em grupos para refletir o texto bíblico de Rm 5, 1-5, que fundamenta o tema do Ano Jubilar.

Na segunda parte do encontro, o Padre Goretti abençoou as garrafinhas com água, deu-nos a bênção de envio e, ao mesmo tempo, cada jovem recebeu um cordão com crucifixo como expressão do desejo de seguir Jesus a cada dia, abraçando com Ele as nossas cruzes e ajudando a acolher os sofrimentos de nossos irmãos. Enquanto recebiam os cordões, cantávamos a música do Padre Zezinho: “No peito eu levo uma cruz, no meu coração o que disse Jesus”, que nos convida a uma vivência profunda e enraizada da nossa fé.

Com um misto de timidez e animação, partimos em missão para visitar as famílias em um setor mais carente do bairro. De porta em porta, procuramos levar a presença de Deus, um pouco de esperança e doar o nosso tempo em atitude de escuta e abertura às realidades encontradas.

“A missão que fizemos foi algo bem diferente do que imaginei, pois, cada casa que visitávamos mostrava uma realidade diferente, da qual não estamos habituados por morar longe de uma região mais pobre. Por onde passamos, encontramos pessoas que necessitavam não apenas de dinheiro, mas de alguém para ouvi-las e entender seus problemas, que iam além da condição financeira. Como foi o caso de uma jovem que nos acolheu. Ela tinha depressão e tentou se suicidar após descobrir que tinha câncer. Nós conversamos, rezamos e ela aceitou ser benzida com água benta e, logo após, nos despedimos, deixando-a com um sorriso no rosto. Isso me ensinou que a missão não se trata apenas de sair de porta em porta para ler o Evangelho, mas também é importante que você sinta a empatia de se inserir na realidade da pessoa, mesmo que por um breve momento, para mostrar a ela que é necessário ter esperança, pois é a esperança em Deus que nos livra de todo mal.” (João Miguel, do grupo de Jovens Carmelitas)

Concluindo as visitas no final da tarde, encontramo-nos na casa de uma família que nos acolheu com muita alegria, permitindo que pudéssemos descansar, lanchar e partilhar as vivências. Foi um momento muito bonito, proporcionando um ambiente familiar para aprendermos uns com os outros aquilo que experimentamos ao sair em missão.

Para encerrar de fato o nosso dia missionário, participamos da missa da comunidade, juntamente com alguns dos jovens. Ao final, nos apresentamos à comunidade, partilhamos as vivências e aprendizados da missão, reforçando a toda a Igreja a importância de sermos “Igreja em saída”, sempre em contato com as realidades sofridas das pessoas.

Irmã Gislane Paiva Araújo