Mês Vocacioanal - 2021

A Igreja no Brasil propõe, para o Mês Vocacional deste ano de 2021, o seguinte tema: “Cristo nos salva e nos envia” e o lema: “Quem escuta a minha palavra possui a vida eterna” (cf. Jo 5,24). Esta temática nos introduz na dinâmica da oração dedicada às vocações, a partir da Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christus Vivit (Cristo vive), do Papa Francisco. Assim, somos impelidas(os) e desafiadas(os) a rezar, refletir, escutar e pensar ações vocacionais, tendo como pano de fundo essa Exortação Apostólica. A qual contempla a juventude, abrangendo questões relevantes em âmbito das convicções da fé, ao mesmo tempo em que encoraja os jovens “a crescer na santidade e no compromisso em prol da própria vocação”.

E, deste modo, a exemplo de Jesus, estar “entre os jovens, para ser o exemplo dos jovens e consagrá-los ao Senhor" (Christus Vivit). Realidade essa, tão próxima da Vida Religiosa, que tem a missão de  fazer o irmão descobrir, e se lançar à santidade a que Deus o chama, a partir do batismo. No entanto, tal desafio se faz cada vez mais complexo diante do atual contexto histórico da sociedade.

Assim, o Papa Francisco nos convoca a deixar-nos enamorar por Cristo, pois, “nada pode ser mais importante do que encontrar Deus, ou seja, enamorar-se d’Ele de maneira definitiva e absoluta” (Christus Vivit). Desta relação nasce a íntima comunhão de amizade e cumplicidade que nos lança à resposta vocacional. Porque, “aquilo de que te enamoras, prende a tua imaginação e acaba por ir deixando a sua marca em tudo” (Christus Vivit). É neste contexto de amizade e intimidade com o Senhor que a vocação vai se desvelando e se firmando.

Tal chamado  “tem um grande valor, porque coloca toda a nossa vida diante de Deus que nos ama, permitindo-nos compreender que nada é fruto dum caos sem sentido, mas, pelo contrário, tudo pode ser inserido num caminho de resposta ao Senhor, que tem um projeto estupendo para nós. A tua vida deve ser um estímulo profético que sirva de inspiração para os outros, que deixe uma marca neste mundo, aquela marca única que só tu poderás deixar” (Christus Vivit).

Dedicar-se, portanto, ao Mês Vocacional, implica sair de nós mesmas, ir em direção do outro. E, por que não dizer, uma Vocação em saída? Estar atentas(os) ao cuidado com o nosso irmão mais necessitado de nós. Assim, sobre a vocação, ressalta o Papa Francisco: “orienta-te para tirares fora o melhor de ti mesmo para a glória de Deus e para o bem dos outros. Não se trata, apenas, de fazer coisas, mas fazê-las com um significado, uma orientação” (Christus Vivit).

Neste sentido, nasce a cultura vocacional, que é uma proposta bem mais ampla em relação ao chamado vocacional. É deixar-se conduzir pela mística do chamamento, implica a aproximação e a intimidade divina, é, assim, viver a missão a partir da experiência da graça de Deus, que nos chama a conviver em Comunidade, e anunciar a boa nova aos pobres.

          É, portanto, descobrir “que Deus o chama para uma coisa concreta, que está feito para isso [...]; então será capaz de fazer desabrochar as suas melhores capacidades de sacrifício, generosidade e dedicação. O fato de uma pessoa saber que não faz as coisas por fazer, mas com um significado, como resposta a uma chamada – que ressoa nas profundezas do seu ser – para contribuir com algo a bem dos outros, isto faz com que estas atividades deem ao próprio coração uma particular experiência de plenitude” (Christus Vivit).

          Sabemos que Jesus continua a passar em nosso meio, caminha  em meio às juventudes, e insiste em chamar as(os) jovens, fixando o Seu olhar de amor e misericórdia, fascinando e atraindo os seus corações para o Reino de Deus.

 Procuremos, pois, promover “espaços de calma e silêncio” que permitam a essas (esses) jovens “refletir, rezar, ver melhor o mundo ao seu redor e, então sim, juntamente com Jesus, poderás reconhecer qual é a tua vocação nesta terra”.

Sejamos luzes que indicam o caminho às(aos) vocacionadas(os), ajudando-as(os) a escutarem a voz do Senhor, dando  suas respostas, impelidas(os) pelo fascínio do Amado.

Quanto a nós, que já discernimos nossa vocação, cuidemos, para que ela seja, a cada dia, alimentada pela energia do primeiro sim, que vem da Fonte da Vida que nos impulsiona a seguir amando.

Porque a vocação é dom de Deus, que se concretiza em ser dom para o outro.

Deus seja louvado por tanto amor dispensado a nós!

 

Irmã Luciana Flávia Gonçalves



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