Juventude e Vida Religiosa Consagrada

No final do mês de setembro e início de outubro, aconteceu, em Belo Horizonte/MG, o terceiro e último encontro do Juninter, com o tema: “Vocação: a missão e a juventude na Vida Religiosa Consagrada”. Esse momento de encontro foi conduzido pelo Doutor Carlos Eduardo Cardoso (Cadu), especialista em juventudes, e teve a participação de, aproximadamente, oitenta junioristas de diferentes congregações e ordens.

Na primeira parte da reflexão do assunto, vimos sobre o contexto histórico, social e eclesiológico que caracterizou os três anos vocacionais no Brasil, realizadas a cada duas décadas. Houve partilhas, provocações e trabalho em grupo, para que pudéssemos aprofundar melhor tema, para sairmos da superficialidade para a consciência mais crítica.

Vimos, também, a diferença entre o SAV (Serviço de Animação Vocacional) e a PV (Pastoral Vocacional), e a importância de ambas se tornarem um processo único: O SAV desperta, e a PV cultiva e ajuda no discernimento vocacional. Diante isso, foi discutida a necessidade de animar vocações não somente fora, mas dentro das Congregações.

Além disso, o assessor nos ajudou a perceber os desafios que as Ordens e Congregações mais históricas têm enfrentado com relação ao número de vocações e ao envelhecimento, realidade esta, que vem atingindo a grande maioria das mesmas. Nesse ponto, o assessor nos ajudou a compreender os desafios atuais, as vocações fluidas que buscam Institutos fluidos, devido à necessidade do jovem de fazer um processo mais rápido de acompanhamento.

No segundo dia, foram muitas as colocações e dúvidas sobre as dificuldades que as Congregações, de modo geral, têm enfrentado com relação à perseverança, fidelidade e permanência na caminhada após os primeiros votos, ou a Profissão Perpétua. Em outras palavras, “a síndrome do impostor” que é, justamente, uma questão psicológica e interna que nos traz medo, por pensarmos que não vamos dar conta do que nos é pedido. Com isso, Cadu nos fez um alerta para trabalharmos em nós o autocuidado vocacional, a autoestima, a resiliência interna, para não desanimarmos e chegarmos à conclusão de que não temos vocação.

Em seguida, dando continuidade ao tema, nos apresentou os dados de sua pesquisa com os jovens formandos, sobre quais as motivações e desmotivações que eles veem dentro da Vida Religiosa Consagrada, e disse que a melhor propaganda vocacional, não são os cartões e banners, mas o testemunho.

 Diante dessa pesquisa, a maioria das respostas obtidas foram: Motivações: seguimento a Jesus, carisma e missão, felicidade, alegria e testemunho. Desmotivação: contratestemunho, poder e estruturas. Após essa colocação, tivemos um momento de conversa em duplas para partilharmos, também, nossa motivação, ou não, para continuarmos a caminhada.

Por fim, citando a fala do Papa Francisco: “Eu encorajo você a permanecer fiel à Inspiração e ‘sair’ para a humanidade ferida e descartada, com escolhas evangélicas eficazes, nascidas da capacidade de olhar o mundo com os olhos de Cristo”, nos incentivou a levarmos na nossa mochila a coragem, a motivação e a vontade de fazer a diferença.

 

Irmã Gislane Paiva Araújo



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